sábado, 13 de fevereiro de 2010

Contos natalinos: árvore de Natal e Noite Feliz

No século XVI o povo da Alsácia, no nordeste da França, cultivava um hábito que parecia ser exclusividade dele, até então. Todos os anos, durante o período natalino, as pessoas mantinham pequenos pinheiros garridos em salões e mercados. Daí surgiu a árvore de Natal moderna, mundialmente conhecida. Hoje o pinheiro natalino movimenta uma grande indústria e é aceito quase como unanimidade nos países de tradição cristã. Mas a princípio, sofreu bastante resistência.

Primeiramente os chefes de estado de Alsácia, temendo o desmatamento em grande escala das florestas na região, decretaram o banimento da derrubada de pinheiros. Mas o costume já havia caído no gosto popular e o decreto foi em vão, as pessoa mantiveram o hábito. Os chefes de estado mudaram de estratégia e estipularam o tamanho aproximado do pinheiro a ser derrubado: 2,4m. Em 1600, um novo decreto dizia que a árvore deveria ser adornada com maçã e hóstia, simbolizando, respectivamente, o pecado e Cristo.

Antes de Cristo, romanos já adoravam árvore em rituais religiosos, nórdicos fariam o mesmo séculos mais tarde. Devido à origem pagã, a Igreja cristã, em parte, não teve boa receptividade para com os pinheiros de Natal. Em 1642, na cidade de Estrarbugo, o pastor Conrad Danhauer condenou o uso da árvore de Natal, alegando ser “idolatria e construção da capela do Diabo ao lado da igreja”. Também não foi Danhauer que impediu o crescimento da tradição cristã. Em 1785, os paroquianos de Estrasburgo mudaram o teor de suas palavras, e alertaram que “em cada ramo e galho em que se pendurar brioches, anjos, animais, todos devem estar em perfeita harmonia com as folhas da árvore”. O hábito de cultivar a árvore de Natal começou a expandir-se.

Na Inglaterra, dois admiradores do costume foram a rainha Vitória e o príncipe Alberto, que mantinham o hábito desde 1841. Em 1861, em luto pela morte do amado, a rainha Vitória cessou a tradição. Só voltaria a praticá-la 29 anos mais tarde, em memória do falecido. Os monarcas ingleses ajudaram a propagar o costume natalino.

Em 1818, o coroinha austríaco Joseph Mohr escreveu a letra de Noite Feliz, um hino não oficial do Natal, e seu pianista, o maestro Franz Gruber, compôs a música. A canção tinha uma mensagem fácil de ser entendida pela população, ao contrário das músicas ortodoxas, em latim. O arranjo foi feito exclusivamente para violão, uma das versões diz que os autores receberam a ordem de não desafinar o órgão da igreja; para evitar o pior, não fizeram uso do instrumento. Noite Feliz já foi traduzida para 330 línguas e dialetos. Seu tradutor no Brasil foi o Frei Pedro Sinzig, e sua versão mais conhecida é cantada por Simone.

Durante a Primeira Guerra Mundial, os ímpetos da batalha foram temporariamente arrefecidos pelo espírito natalino. Soldados ingleses e alemães cantaram Noite Feliz em volta de uma árvore de Natal, trocaram fotos, presentes e jogaram futebol. Os refugiados da guerra na América trouxeram a tradição para o Novo Continente. Em meados do século XX, o pinheiro, típico de clima frio, chegou também aos países americanos tropicais, como o Brasil.

O poder do riso

Uma gargalhada pode aliviar tensões, despachar o estresse, nos faz esquecer temporariamente de problemas e dá uma sensação de relaxamento e bem-estar sem igual. Isso porque, quando rimos, ocorre liberação de endorfina, uma morfina natural que traz benefícios ao coração, pulmão e torna o sistema imunológico mais resistente a resfriado e infecções. O riso nos acompanha desde a mais tenra idade – acredita-se que o primeiro sorriso é involuntário, mas a criança segue praticando-o, pois compreende suas boas reações e interatividade social – até o último motivo para sorrir, não importa se a pessoa é cega, surda ou da mais remota civilização. As crianças riem mais que os adultos, em média 300 a 400 vezes por dia.

O riso é uma reação neurológica, pode ser estimulado por cócegas, uma anedota engraçada, uma careta ridiculamente fútil e até por outro riso. Mas o que é engraçado para alguns pode não ser para outros. É o exemplo de piadas de cunho preconceituoso, elas costumam provocar religião, região economicamente menos desenvolvida, opção sexual etc., todas na tentativa – consciente ou inconscientemente – de se sentir superior ao provocado, é o chamado Humor de Superioridade. O fundador da psicanálise, Sigmud Freud, estudou piadas e humor (inclusive o utilizava para quebrar o gelo e se aproximar de pacientes), em seu livro A Piada e suas Relação com o Inconsciente, de 1928, Freud dizia que "o humor é um construtor de ego e o riso é um potencial triunfo do ego. E por meio dele as pessoas se recusam a sofrer e aumentam a invencibilidade do seu ego”.

Cientistas descobriram que uma boa gargalhada é um verdadeiro exercício aeróbico. Sua prática ventila os pulmões, relaxa e aquece os músculos, nervos e coração; aumenta a pressão arterial, melhora a circulação e aumenta a inalação e exalação do ar; acelera os batimentos cardíacos; também exercita grupos musculares das pernas, diafragma, abdome, braços e ombros. 100 a 200 risadas em média equivalem a 10 minutos de corrida. Sem custo, eficiente e, acima de tudo, divertido – um exercício ideal.

É muito conhecida a expressão "morrer de rir", embora o humor não mate, já se chegou perto disso. Foi no distrito de Bukoba, Tanzânia, onde ocorreu uma epidemia de riso na década de 1960. Começou com duas crianças na escola, que riam incontinenti e logo contagiaram a sala, e em questão de minutos, toda a escola. As crianças foram às suas casas e logo seus pais contraíram a crise de riso. A epidemia ganhou grandes proporções e atingiu vilas vizinhas; escolas e comércios foram fechados. Todas as tentativas de controlar as gargalhadas eram frustradas, na verdade, elas provocavam efeito colateral e desencadeavam mais risos. Alguns choravam de tanto rir e vários tiveram de ser levados a hospitais devido à exaustão. O fato está registrado em um dos relatórios médicos de A. H. Rankin e R. J. Philip, publicado no Central African Journal of Medicine (Jornal de Medicina da África Central, vol. 9, 1963). Sem dúvida um dos mais estranhos acontecimentos relativos ao humor.

Linha do tempo do Riso

Origem do riso: há várias teorias sobre sua origem. Charles Darwin afirmava ser uma sofisticação do ato de mostrar os dentes dos macacos, eles o fazem para demonstrar que não se sentem ameaçados. Alguns teóricos dizem que o riso é uma exclusividade dos seres humanos, outros acreditam estar presente em outras espécies, seria o equivalente, por exemplo, ao abanar de rabo de um cachorro.

Era ágrafa: estudos afirmam que os homo sapiens caçadores praticavam um humor macabro e riam de suas presas abatidas enquanto agonizavam. Quanto mais lenta e dolorosa a morte, mais divertida.

Neolítico: os sumérios escreveram as piadas mais antigas da humanidade de que se tem registro. Bem como as sociedades modernas, eles transformavam desgraça em humor e gozavam de autoridades. Em um registro sumério pode-se ler: “Não é preciso temer o rei, mas sim os cobradores de imposto”.

Grécia Antiga: nasceu o dramaturgo Aristófanes (447 a.C. - 385 a.C.), escritor de mais de 40 comédias. Em 400 anos antes de Cristo ele já fazia piada com a extensão do dedo médio, um gesto ofensivo bastante conhecido até hoje... e alguns creem ser um insulto moderno. Aristófanes é o maior representante da comédia Antiga.

Roma Antiga: os cidadãos romanos se divertiam com as lutas de gladiadores, contendas sangrentas e que frequentemente findavam na morte dos combatentes. Ninguém podia rir impunemente dos reis e imperadores.

Idade Média: no século IV a Igreja Católica decretou a comédia uma manifestação ultrajante. Escritores do gênero foram excomungados e o teatro cômico foi banido da Europa por cerca de 1000 anos, mas voltaria mesmo contra a vontade do clero católico. Com o ressurgimento da comédia nasceram o Festival dos Bobos, o circo e a figura do bobo da corte. Personagem curioso, o bobo da corte tinha o dever de divertir monarcas, caso não cumprisse a tarefa, seria punido com açoitamento ou até mesmo condenado à morte; ele tinha o poder exclusivo de criticar livremente todos, inclusive o rei. Luís IX (1214 - 1270), rei da França, ria, mas não às sextas-feiras, dia da morte de Jesus Cristo.

Século XVIII: os espetáculos circenses eram tensos, o público a toda hora temia a queda de um acrobata ou um erro no arremesso de facas. A fim de distrair a plateia, eram contratados comediantes para atuar entre uma performance e outra. Joseph Grimaldi (1778 – 1837), um dos encarregados dessa tarefa, se baseou na imagem do Pierrot do teatro italiano e abusou da maquiagem e roupas espalhafatosas; surgia o palhaço moderno.

Era Vitoriana (período do reinado de rainha Vitória): uma ressaca desenxabida da Idade Média abateu o Reino Unido do século XIX, o riso foi definido como um “produto da mente imatura”, era considerado ofensivo, rude e não civilizado. Tentaram forçosamente extirpar o direito de sorrir dos cidadãos.

Início do século XX: a comédia pastelão imperava nos cinemas. Ainda não havia filmes sonoros, as piadas eram visuais. Foi a época de ouro da pantomima, quando se revelaram gênios do quilate de Harold Lloyd, Buster Keaton e Charles Chaplin.

1950: com o advento da TV, surgem dezenas de programas de humor. Os produtores descobrem que o riso é contagiante e inserem risadas previamente gravadas no áudio de séries cômicas.

Cuidado com o bronzeamento

Câmara de bronzeamento artificial, risco potencial de contrair câncer de pele.

A superexposição ao Sol pode causar dano à nossa pele, isso sempre ouvimos falar nos programas de TV antes e durante o verão. Agora vamos entender quais são os perigos, por que ocorrem e como evitá-los. Mas antes uma outra "nanolição" a respeito do espectro de luz.

Na postagem “A cor azul do céu” vimos que a luz visível se divide em sete cores, mas a parte visível é menos de 1% de todo o espectro eletromagnético. Uma parte da luz invisível é o raio ultravioleta, que nos interessa para estudos do bronzeamento solar. A cor violeta se encontra em um dos extremos da luz visível, além dela estão os raios ultravioletas, logo, não podemos vê-los. O raio ultravioleta é dividido em três faixas: AVA, UVB e UVC. A faixa é UVC não nos causa problema, pois é totalmente barrada pela camada de ozônio. A UVB é parcialmente absorvida, o restante penetra na camada superficial da pele, o que causa queimadura nas células, estas reagem intensificando a circulação sanguínea no local e as células defensivas produzem moléculas que causam inflamação; isso é o que chamamos de bronzeamento, nome devido à semelhança com a cor brilhosa do metal bronze. Além da bela cor estival, o UVB produz vitamina D (calciferol), recomendada para o bom desenvolvimento de ossos e dentes. Mas também pode causar danos à pele, catarata e melanoma, o câncer de pele. Pessoas de pele clara correm mais riscos, especialmente as albinas; morenas e negras contam com a ajuda da melanina. Mas isso não vai acabar com sua praia, somente a exposição demasiada pode culminar em casos extremos.

Modelo de espectro eletromagnético com destaque para a luz visível a olho nu.

À região mais profunda da pele chega o UVA. Este aumenta a produção da enzima que rompe o colágeno – principal proteína fibrilar – eliminando a elasticidade e o aspecto jovem da pele.

Protetor solar sempre! Os dermatologistas recomendam usar o protetor solar antes de ir à praia e sobre toda a pele, mesmo nas partes que estarão por baixo da roupa. Jamais usar o bronzeador. Na hora de comprar um protetor, tenha certeza de que ele protege também contra o UVA, a maioria deles reage somente ao UVB. Os protetores, no entanto, não bastam para prevenir o câncer de pele, mesmo os de alto FPS (Fator de Proteção solar). O FPS mede o tempo de exposição ao Sol antes de se queimar. Há um calculo simples para ajudá-lo: antes, sem qualquer protetor, meça quanto tempo sua pele resiste ao Sol até se queimar, esse número, em minutos, multiplique pelo FPS do seu produto. Por exemplo, se você permaneceu 5 minutos antes de se queimar e usa um produto de FPS 10, a tolerância é de 50 minutos (5 x 10). A reaplicação do produto é bem-aceita. Hoje já existem protetores de FPS 70, mas nem estes garantem totalmente a prevenção de efeitos colaterais.

O bronzeamento artificial não é a solução, quem se utiliza das câmaras de bronzeamento corre um risco potencial de desenvolver câncer duas ou três décadas depois. A indústria do bronzeamento pode tentar convencê-lo do contrário, da mesma forma que a indústria tabagista negava os efeitos nocivos do cigarro há algumas décadas. O melhor que podemos fazer é conservar o nosso maior protetor solar: a camada de ozônio.

Função do ano bissexto


A cada quatro anos, quando ocorre o ano bissexto, acrescentamos um dia ao mês de fevereiro, prática existente desde a regência de Júlio Cesar (100 a.C. – 44 a.C.)em Roma, quando este implantou o calendário juliano. O ano bissexto se difere dos demais por ter 366 dias, contando com a inclusão do famoso 29 de fevereiro. O étimo de bissexto é a redução da frase latina bis sextum ante diem calendas martii (repetir o sexto dia antes das calendas de março). Calenda era como os antigos romanos denominavam o primeiro dia de cada mês, o dia de pagamento.

Um ano possui aproximadamente 365 dias e 6 horas, ou seja, a cada quatro anos acumulamos um dia; não fosse o ano bissexto, a cada quatro anos o mês de março começaria mais cedo, e o acúmulo dessa discrepância ao longo dos séculos desregularia as estações em nosso planeta afetando a agricultura, principal atividade da Antiguidade. 100 anos deslocaria nosso calendário em um mês em relação à translação da Terra e efeitos sazonais (as quatros estações). O cálculo foi feito pelo astrônomo alexandrino Sosígenes, levado a Roma por Júlio Cesar.

Mas só o ano bissexto não foi o suficiente para regularizar totalmente o calendário em relação ao Sol. Até o século XVI d.C. dez dias a mais foram agregados, quando o papa Gregório XIII interveio novamente subtraindo esse acúmulo extra. Com a nova alteração, passamos do dia 4 de outubro diretamente para 15 do mesmo mês; decidiu-se não acrescentar o 29 de fevereiro nos anos múltiplos de 100 e não-múltiplos de 4 (por isso ocorreu no ano 2000, mas não nos anos 1900, 1800 e 1700); e também se fixou o primeiro de janeiro como o primeiro dia do ano, antes era 25 de março. Os países de religião ortodoxa, como a Grécia e a Rússia, não sofriam influência religiosa do papa e não adotaram o calendário gregoriano, determinado por Gregório XIII em 1582. Por isso a páscoa grega e o natal russo são comemorados com 13 dias de antecedência em relação aos nossos. Além dos dez dias acumulados desde o início do calendário juliano até o século XVI, mais três dias se somaram em tais países desde 1582.

Ainda assim o nosso calendário não é perfeito, teríamos uma margem de erro de três dias a cada período de 10 mil anos. E para evitá-la os “policiais do tempo” estão sempre regulando Big Ben, relógio da sede do parlamento inglês (imagem), a maior referência em se tratando de hora certa; daí a expressão “pontualidade britânica”. No réveillon de 2008 para 2009, ordenado pelo IERS (International Earth Rotation and Reference Systems Service ou Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra), foi acrescentado um segundo ao Big Ben, o chamado “segundo intercalar”. Foi o 24º desde que essa interveção foi implantada, em 1972. Os cálculos atuais são baseados nos relógios atômicos mais modernos, que possuem a minúscula margem de erro de menos de um segundo a cada 200 milhões de anos. A tradicional Enciclopédia Britânica fixou o ano solar em 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos.

A árvore que anda


Se é tedioso ser uma árvore, nem tanto quando se trata do mangue. Esta árvore é uma curiosa exceção que possui a capacidade de se locomover, uma proeza para o reino vegetal. Várias ramificações do seu caule, que parecem raízes externas, chegam ao solo fixando-a, essa parte do caule são os “pés” do mangue. Devagar e sempre, esses pés morrem de um lado e nascem de outro, dando à árvore a capacidade de andar. Mas o mangue possui uma marcha bastante lenta, e sua locomoção anual é de apenas um metro.

O motivo pelo qual o mangue se locomove e a direção do seu caminho ainda é assunto discutido por cientistas, não havendo uma resposta definitiva.

Os agouros de uma sexta-feira 13

Quando coincidem a sexta-feira e o dia 13 de qualquer mês, temos uma sexta-feira 13, popularmente conhecida como um dia de mau agouro. A data tem uma grande repercussão na vida moderna, inclusive inspirou um dos maiores vilões hollywoodianos, Jason, que estrela a série de filmes Sexta-feira 13. Existe até um nome específico para essa fobia: parascavedecatriafobia. Segundo o Instituto Central de Gestão do Estresse e Medo, cerca de 20 milhões de pessoas nos Estados Unidos sofrem de pânico nesse dia. Isso culmina numa redução de rendimento nos escritórios gerando um prejuízo estimado entre 800 e 900 milhões de dólares. Não há pesquisas desse tipo no Brasil, mas se sabe que o 13 é um dos números mais copiosos no sorteio da mega-sena da Caixa Econômica Federal.

Uma provável explicação para a aversão à sexta-feira 13 tem relação com os cavaleiros da Ordem dos Templários, criada para manter em segurança os cristãos que faziam peregrinação a Jerusalém. Na sexta-feira 13 de 1307 o rei francês Filipe IV acusou a ordem de paganismo e a decretou ilegal, vários integrantes foram presos, torturados e mortos como hereges. Essa versão foi largamente popularizada a partir de 2003 com o romance O Código Da Vinci, de Dan Brown. Mas especialistas dizem ser mais uma invencionice moderna, já que são raras as citações dessa data anteriores ao século XX.

Ainda sobre a saga dos templários, Felipe IV estava mesmo era interessado na fortuna capital gerada pela Ordem (eles foram pioneiro no uso do cheque e criaram um avançado sistema bancário), mas tudo em vão, nenhum centavo foi encontrado, talvez os templários sobreviventes fugiram com o tesouro.

A cor azul do céu


Essa é uma dúvida clássica que fertiliza a cabeça de muita criança, difícil encontrar alguém que nunca se indagou sobre isso. A resposta não é tão complicada, mas é necessário algum conhecimento sobre as propriedades da luz. Então, comecemos.

Um raio de luz solar visto a olho nu é ilusivo, pois não vemos suas cores. Se o pusermos através de um prisma, podemos ver o raio branco dividido em sete segmentos de cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta, as cores do arco-íris. Uma folha de palmeira é verde porque, após a luz incidir sobre ela, esta absorve todas as cores e reflete apenas o verde aos nossos olhos. Se você misturar proporções iguais de tinta das sete cores do prisma, obterá o branco, a união de todas elas. A cor branca não absorve luz, ela a reflete totalmente; no litoral grego, onde faz muito calor, os moradores pintam suas casas de branco para refletir o máximo de luz do Sol possível e ter a temperatura interna mais agradável. O preto é o oposto, não reflete luz, apenas a absorve, “vemos” esta cor apenas por diferenciá-la das demais; diz-se – com razão – que quando vestimos preto sob o Sol, faz-se mais calor. O camaleão desenvolveu a capacidade de mudar de cor principalmente para controlar sua temperatura e maximizar o potencial do seu metabolismo, já que é um animal de sangue frio, ou seja, sua temperatura varia de acordo com a do meio externo. As cores têm também comprimento de ondas diferentes, varia do azul, mais curta, ao vermelho, mais longa.

Quando os raios solares atingem a Terra, se deparam com a atmosfera terrestre, é onde tudo acontece. “Os gazes da atmosfera não são azuis, mas quando a luz do Sol passa pela atmosfera, os comprimentos de onda mais curtos, como os da luz azul, se espalham mais do que os mais longos. Nos céus, o que você vê é a luz azul sendo arremessada na direção dos seus olhos”, é o que afirma a cientista da NASA Michelle Thaller¹. Antes de anoitecer, durante o crepúsculo, os raios de Sol atingem obliquamente a Terra e os comprimentos de onda mais longos (amarelos, alaranjados e vermelhos) chegam até nós, além do fato da poeira ou fumaça da atmosfera absorver mais a luz azul, daí a cor avermelhada durante pôr-do-sol. O “céu” da Lua é preto porque lá não há atmosfera. De certa forma, o céu é apenas uma ilusão cromática, ele não existe como a maioria das pessoas imagina.

E se a água é transparente, por que os oceanos são azuis? É só lembrar de uma imagem do globo terrestre com os gigantes azuis Altântico, Índico e Pacífico, que têm essa coloração porque refletem a cor do céu.

¹Para o programa O Universo, A Via Láctea, exibido no History Channel.

A língua de um gênio

Albert Einstein foi um cientista com fama de astro de cinema, sua imagem formulou o estereótipo do cientista maluco. Em 14 de março de 1951 Einstein completava 72 anos, vários jornalistas o aguardavam na porta de sua casa; quando saiu, se registrou uma das imagens mais marcantes do século XX: a foto Einstein mostrando a língua. Algumas fontes afirmam que o gesto foi um sinal de protesto, o cientista teria feito um apelo às pessoas para que enviassem cartas ao governo alemão suplicando o fim de planos nucleares, e a saliva de sua língua selaria as correspondências. O mais provável, porém, é que tenha sido simplesmente um ato irreverente.


Sua fama foi conquistada principalmente após a publicação da Teoria da Relatividade Geral, em 1915, que nos permitiu concluir que a matéria curva o espaço e o tempo e a gravidade é um efeito dessa geometria no espaço-tempo (veja a imagem acima). A Terra, por exemplo, orbita na dobradura feita pelo Sol. Segundo sua teoria, até a luz sofreria as consequências dessa geometria; para prová-la, precisaria de um eclipse solar total, que ocorreria em 1919, em Sobral, cidade no interior do Ceará, onde hoje se encontra o Museu do Eclipse. Einstein pôde comrpovar sua teoria e ver pelo menos sete estrelas atrás do Sol por meio de fotos (obtidas com a acoplagem de máquinas fotográficas a telescópios), já que a luz contornava o opaco astro-rei. Anterior a esta, outras expedições "caçadoras de eclipses" viajaram para a Austrália, Estados Unidos, Ilha do Príncipe, Rússia e outros locais. As fotos e medidas realizadas no Brasil, entretanto, foram as mais precisas e consequentemente usadas para comprovar a teoria, fato que transformou Sobral em patrimônio histórico e científico mundial.

Gênio não é um exagero quando falamos de Albert Einstein, mas na academia, ironicamente, era um péssimo aluno em línguas. Só balbuciou as primeiras palavras aos três anos de idade, pois nasceu sem parte do cérebro responsável pela estímulo da fala. Em compensação, seu lobo parietal, região associada à matemática e relações espaciais, era bem maior que o ordinário, tornando seu cérebro 15% maior que o normal.

Por que o mar é salgado?

Para entender a salinidade do mar é preciso, antes, conhecer um pouco do ciclo global da água. 84% da água responsável pela chuva é formada pela evaporação dos oceanos, e devido à ação dos ventos, apenas 77% das chuvas se precipitam sobre os mesmo oceanos; os oceanos têm uma perda de 7% de suas águas pelo processo de evaporação. Essa subtração é recompensada pela reposição dos rios, que desaguam nos mares. E desse percurso vem o sal. A força da correnteza das águas doces desprende íons (átomos ou grupo atômico eletricamente carregado) das rochas nos leitos dos rios, esses íons se agrupam e formam o cloreto de sódio (NaCl), mais conhecido como sal ou sal de cozinha. Já que o sal não se evapora, sua acumulação durante milhares de anos tornou o nossos mares salgados.

Esse acúmulo formou também a camada de sal, que fica a sete quilômetros abaixo do mar no litoral brasileiro e tem um quilômetro de profundidade. Mais abaixo há a camada pré-sal, bastante conhecida por nós desde 2008, quando a notícia da descorberta de petróleo e gás nessa camada ganhou as manchetes de jornal. Donde concluiu o Presidente Lula "Por isso que a água é salgada...", e brincou "Eu pensei que era por causa do xixi que as pessoas fazem na praia no domingo".

Um caso à parte é o Mar Morto, receptor das águas do Rio Jordão e banha Israel, Jordânia e Cisjordânia. O Mar Morto é na verdade um grande lago com superfície a cerca de 400 metros abaixo do nível do mar. Por ter uma baixa taxa de evaporação, ao longo dos anos armazenou muito mais sal, 10 vezes mais que o normal. Sua água é tão salobre que torna impossível a vida animal ou vegetal, com exceção de poucos micro-organismos, essa é a explicação para o topônimo. A alta concentração de sal também torna possível a flutuação sem muito esforço, banhistas leem deitados nas águas do Mar Morto. Isso ocorre porque o grande teor salino aumenta a densidade da água.

Há uma experiência muito simples pela qual você pode perceber a influência do sal na flutuação, basta encher de água três copos e depois pôr quantidades diferentes de sal neles, depois insira um ovo em cada um dos copos; você verá que no copo com mais sal o ovo estará mais próximo da superfície.

-Atchim!

"Atchim" (ou a forma menos usada "atxim") é a onomatopeia para espirro. O espirro é uma reação de proteção do corpo, convulsiva e semi-automática, que consiste na expulsão do ar pelo nariz e boca. Ao contrário do que normalmente se pensa, nem sempre se trata de doença, podemos espirrar em reação a uma entrada de impureza – como pólen, pelo de animais, poeria – no organismo por meio das vias respiratórias. A partir daí, nosso nariz se irrita, a respiração normal cessa e passamos a respirar profudamente, os músculos das costas e abdômen se contraem e a saída de ar pelos pulmões é bloqueada pela glote (localizada na laringe); tudo isso ocasiona um aumento de pressão do ar e... ATCHIM! Todo o ar é liberado bruscamente excretando a impureza. A velocidade do espirro chega a 150km por hora, mais rápido que muitos carros.

Em nosso nariz as vibrissas, os famosos pelos nasais, são responsáveis por barrar as impurezas impedindo-as de chegar ao organismo, por isso nele se acumula tanta sujeira, o muco nasal, vulgarmente conhecido como meleca ou catota. Mas nem sempre a eficácia dos pelos é total, essa falha pode culminar no espirro. Em caso de espirro por motivo de doença, a enfermidade pode ser transmitida pelas 40.000 gotículas infecciosas espalhadas no ar.

Outro motivo que pode nos levar ao espirro é olhar para uma luz muito forte, como o Sol, é o espirro de reflexo fótico. Arquimedes (287-212 a.C.) já tentava descobrir a resposta para o motivo disso, mas até hoje os cientistas não descobriram. Como o fato não está relacionado a nenhuma doença, pesquisas sobre o espirro de reflexo fótico são escassas.

Topa um desafio? Eu o desafio a espirrar de olhos abertos. Se você tentar uma, duas ou várias vezes, vai ver que é impossível. Isso ocorre porque as contrações musculares que precedem o espirro afetam também o músculo orbicular do olho, localizado nas pálpebras, este quem controla o abrir e fechar dos olhos. Também é quase impossível espirrar sem mover a cabeça, tente em um espirro forte.

–Saúde.