sábado, 13 de fevereiro de 2010

Função do ano bissexto


A cada quatro anos, quando ocorre o ano bissexto, acrescentamos um dia ao mês de fevereiro, prática existente desde a regência de Júlio Cesar (100 a.C. – 44 a.C.)em Roma, quando este implantou o calendário juliano. O ano bissexto se difere dos demais por ter 366 dias, contando com a inclusão do famoso 29 de fevereiro. O étimo de bissexto é a redução da frase latina bis sextum ante diem calendas martii (repetir o sexto dia antes das calendas de março). Calenda era como os antigos romanos denominavam o primeiro dia de cada mês, o dia de pagamento.

Um ano possui aproximadamente 365 dias e 6 horas, ou seja, a cada quatro anos acumulamos um dia; não fosse o ano bissexto, a cada quatro anos o mês de março começaria mais cedo, e o acúmulo dessa discrepância ao longo dos séculos desregularia as estações em nosso planeta afetando a agricultura, principal atividade da Antiguidade. 100 anos deslocaria nosso calendário em um mês em relação à translação da Terra e efeitos sazonais (as quatros estações). O cálculo foi feito pelo astrônomo alexandrino Sosígenes, levado a Roma por Júlio Cesar.

Mas só o ano bissexto não foi o suficiente para regularizar totalmente o calendário em relação ao Sol. Até o século XVI d.C. dez dias a mais foram agregados, quando o papa Gregório XIII interveio novamente subtraindo esse acúmulo extra. Com a nova alteração, passamos do dia 4 de outubro diretamente para 15 do mesmo mês; decidiu-se não acrescentar o 29 de fevereiro nos anos múltiplos de 100 e não-múltiplos de 4 (por isso ocorreu no ano 2000, mas não nos anos 1900, 1800 e 1700); e também se fixou o primeiro de janeiro como o primeiro dia do ano, antes era 25 de março. Os países de religião ortodoxa, como a Grécia e a Rússia, não sofriam influência religiosa do papa e não adotaram o calendário gregoriano, determinado por Gregório XIII em 1582. Por isso a páscoa grega e o natal russo são comemorados com 13 dias de antecedência em relação aos nossos. Além dos dez dias acumulados desde o início do calendário juliano até o século XVI, mais três dias se somaram em tais países desde 1582.

Ainda assim o nosso calendário não é perfeito, teríamos uma margem de erro de três dias a cada período de 10 mil anos. E para evitá-la os “policiais do tempo” estão sempre regulando Big Ben, relógio da sede do parlamento inglês (imagem), a maior referência em se tratando de hora certa; daí a expressão “pontualidade britânica”. No réveillon de 2008 para 2009, ordenado pelo IERS (International Earth Rotation and Reference Systems Service ou Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra), foi acrescentado um segundo ao Big Ben, o chamado “segundo intercalar”. Foi o 24º desde que essa interveção foi implantada, em 1972. Os cálculos atuais são baseados nos relógios atômicos mais modernos, que possuem a minúscula margem de erro de menos de um segundo a cada 200 milhões de anos. A tradicional Enciclopédia Britânica fixou o ano solar em 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos.

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